sábado, 9 de outubro de 2010

Manias

A ideia era suficientemente louca para ter resultado. Aliás, cheguei a pô-la em prática, ainda que de um modo improvisado, e o feed-back foi mais que satisfatório.
Construir um banco óptico, baseado num tubo de comprimento variável e lupas, aparentemente convencionais, para levar os alunos, através de uma actividade lúdica, ao entendimento e conhecimento prático do funcionamento das objectivas. Leis da refracção, distâncias focais, ângulos de visão, foco.
Na experiência que fiz, e com adultos, hora e meia de prática e brincadeira levou-os a facilmente entenderem o abstracto dos trajectos da luz através das lentes e objectivas e, mais importante ainda, dar-lhes uma base de conhecimentos para os jogos de perspectiva.
Sendo que foi uma solução de recurso e que usei o que possuía, faltou-me a possibilidade de usar esse mesmo banco óptico acoplado a uma câmara de vídeo. Teria sido ouro sobre azul, já que aquele exercício terminaria com a aplicação prática.
O projecto, provada que foi a sua eficácia, passaria pela construção das peças, mandadas fazer num bom torneiro mecânico, adaptadas às lentes com as suas potências estudadas. Cinco conjuntos completos, para serem manuseados por grupos de quatro a cinco alunos.
Nunca viu a luz do dia!
Para além do custo óbvio do que haveria que mandar fazer, o facto de, em termos de fotografia, apenas as câmaras Pentax (já na era do digital) se adaptarem a esta prática. E seria utópico impor numa escola ou centro de formação que possuíssem equipamento desta marca, quando toda a publicidade e mercado acontecem em torno de outras.
Por este e outros motivos me mantenho fiel à Pentax, ainda que em contra-ciclo com profissionais e aspirantes a tal. Que a qualidade de uma marca ou produto não se mede apenas nas especificações técnicas do fabricante, mas também, e principalmente, em ser capaz de satisfazer as necessidades de utilização de quem as possui.
Manias!

Texto e imagem: by me

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