E pronto! Aí estão as velhas SCUT que o deixarão de ser.
Não que me incomode em demasia o passarem a ser pagas por quem quer que por lá passe. No fim de contas, estradas e outros serviços públicos não acontecem de borla e o seu uso ser pago por quem dele tira proveito ou do erário público é uma questão de conceito de sociedade que, ao longo dos tempos tem vindo a evoluir. Tal como as promessas de quem assume a gestão da coisa pública, que evoluem sempre no mesmo sentido: o não cumprimento!
Mas o que me leva a vir aqui falar das novas velhas SCUT é a forma como o actual governo consegue por em prática um velho anseio anarquista:
A extinção do dinheiro!
É sabido que, se por um lado o dinheiro esteve na génese de grandes evoluções das civilizações, permitindo um intercambio e entendimento equilibrado, também é verdade que o dinheiro está também na génese dos grandes desequilíbrios sociais que temos vivido ao longo da humanidade, servindo ele para aquilatar do valor de cada ser humano, definindo com a sua posse quem pode ou não comer ou fazer o que quer que seja. Estou em crer que o próximo grande passo da humanidade será bani-lo de vez!
Mas este governo está faze-lo de uma forma perversa! Nas novas velhas SCUTs deixará de ser usado dinheiro, o primeiro local deste país onde tal sucederá. Mas, em contrapartida, será obrigatório possuir um contrato com uma instituição bancária, através da qual se efectuará o pagamento. O que significa que, para além de ter que existir um pagamento, estaremos (os utilizadores dessas vias) vinculados a uma entidade que nada tem a ver com o serviço prestado. Uso uma auto-estrada e tenho que ter conta num banco.
O que me leva a perguntar se, tendo que haver algum tipo de pagamento, porque não será válido o meio de pagamento emitido pelo estado: moedas e notas. Será que um cidadão, para existir e usufruir daquilo que o estado produz, tem que estar registado numa entidade particular? É que, para todos os efeitos, os bancos são entidades particulares, cujo objectivo é o lucro. Donde, ao usar uma auto-estrada – bem público – e de a pagar a quem a mantém, teremos que dar lucro a uma outra organização, que nada tem a ver com o serviço prestado.
Que o dinheiro é uma mal social, sei-o. Que a sua extinção seria um benefício geral, acredito-o. O que não aceito é que, para tal, nos tornemos escravos assumidos de uns quantos banqueiros, que engordam à custa do esforço dos demais.
Esta perversão de boas ideias recorda-me muito seriamente os bons princípios definidos em muitas teologias e algumas práticas atrozes seguidas por alguns dos respectivos sacerdotes.
Claro está que esta situação não me afecta directamente: não tenho carro nem mesmo carta de condução.
Mas quando nos deixarmos de preocupar com a sociedade e viermos a precisar que esta se preocupe connosco, bem, aí será tarde!
Texto e imagem: by me
Não que me incomode em demasia o passarem a ser pagas por quem quer que por lá passe. No fim de contas, estradas e outros serviços públicos não acontecem de borla e o seu uso ser pago por quem dele tira proveito ou do erário público é uma questão de conceito de sociedade que, ao longo dos tempos tem vindo a evoluir. Tal como as promessas de quem assume a gestão da coisa pública, que evoluem sempre no mesmo sentido: o não cumprimento!
Mas o que me leva a vir aqui falar das novas velhas SCUT é a forma como o actual governo consegue por em prática um velho anseio anarquista:
A extinção do dinheiro!
É sabido que, se por um lado o dinheiro esteve na génese de grandes evoluções das civilizações, permitindo um intercambio e entendimento equilibrado, também é verdade que o dinheiro está também na génese dos grandes desequilíbrios sociais que temos vivido ao longo da humanidade, servindo ele para aquilatar do valor de cada ser humano, definindo com a sua posse quem pode ou não comer ou fazer o que quer que seja. Estou em crer que o próximo grande passo da humanidade será bani-lo de vez!
Mas este governo está faze-lo de uma forma perversa! Nas novas velhas SCUTs deixará de ser usado dinheiro, o primeiro local deste país onde tal sucederá. Mas, em contrapartida, será obrigatório possuir um contrato com uma instituição bancária, através da qual se efectuará o pagamento. O que significa que, para além de ter que existir um pagamento, estaremos (os utilizadores dessas vias) vinculados a uma entidade que nada tem a ver com o serviço prestado. Uso uma auto-estrada e tenho que ter conta num banco.
O que me leva a perguntar se, tendo que haver algum tipo de pagamento, porque não será válido o meio de pagamento emitido pelo estado: moedas e notas. Será que um cidadão, para existir e usufruir daquilo que o estado produz, tem que estar registado numa entidade particular? É que, para todos os efeitos, os bancos são entidades particulares, cujo objectivo é o lucro. Donde, ao usar uma auto-estrada – bem público – e de a pagar a quem a mantém, teremos que dar lucro a uma outra organização, que nada tem a ver com o serviço prestado.
Que o dinheiro é uma mal social, sei-o. Que a sua extinção seria um benefício geral, acredito-o. O que não aceito é que, para tal, nos tornemos escravos assumidos de uns quantos banqueiros, que engordam à custa do esforço dos demais.
Esta perversão de boas ideias recorda-me muito seriamente os bons princípios definidos em muitas teologias e algumas práticas atrozes seguidas por alguns dos respectivos sacerdotes.
Claro está que esta situação não me afecta directamente: não tenho carro nem mesmo carta de condução.
Mas quando nos deixarmos de preocupar com a sociedade e viermos a precisar que esta se preocupe connosco, bem, aí será tarde!
Texto e imagem: by me
2 comentários:
Muito bem posto, sim senhor.
Antes de ceder ao sistema, vou opor alguma resistência. Talvez isto me leve a revisitar algumas das pitorescas estradas regionais...
Bispo
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