quarta-feira, 30 de junho de 2010

Foi há uns dias



Foi há uns dias, mesmo junto à Gare do Oriente, em Lisboa.
Este carro de instrução parou onde se vê, logo a seguir à passagem de peões semoforizada. Desligou o motor e, do lado do condutor saiu uma jovem (ou um jovem, já não recordo com exactidão).
O que recordo muito bem é que quem estava no lugar da frente, do lado direito, se deixou ficar, tendo aberto a porta, suponho que por causa do calor, a remexer nuns papeis. Ali mesmo, em segunda fila, obrigando o restante trânsito a desviar-se.
Ainda que eu mesmo não seja condutor, entendi que não estava certo. Mais para mais, tratando-se de um carro de instrução. E meti-me ao barulho!
Aproximei-me do lado do passageiro, dei-lhe a saudação, fiz continência regulamentar e, dando um passo atrás, perguntei-lhe se era instrutor, o que confirmou. No mesmo tom, inquiri-lhe se não teria vergonha de, nessa condição, ter o carro ali estacionado, em segunda fila, ao arrepio do código da estrada. A resposta estarreceu-me: “Não, não tenho!”, foi o que ouvi.
Mais nada havia a dizer. Após um novo “boa-tarde” e de uma continência, afastei-me sobre o passeio e fiz o registo da situação. Furioso de não ver, em redor, um agente da PSP a quem apresentar formalmente queixa.
Ainda veio o tal instrutor ter comigo, dizendo-me que não estava “estacionado” mas sim “parado”, esquecendo-se que, naquelas circunstâncias, aberto, de chave no interior e na faixa de rodagem, se classificava como abandonado. Disse-lho e afastei-me.
Mas não me afastei muito. Sempre queria ver até que ponto a situação se arrastava. Arrastou-se por mais um quarto de hora, que foi quando entrou a bordo uma instruenda e seguiram para a aula prática.

Pergunto-me, face a este e muitos outros exemplos semelhantes por parte de quem instrui, como nos espantamos de ver tantas infracções ao código, nomeadamente, os estacionamentos indevidos em segunda fila na faixa de rodagem e nos passeios.
Tal como me pergunto como será possível um instrutor de condução ter autorização legal para dar aulas tendo este comportamento.
Se, um dia, decidir aprender a conduzir, pela certa que não será nesta escola de condução!

Texto e imagem: by me

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