Sou um grande consumidor de café. Aliás, tomo café em quase todas as circunstancias, seja onde ou a que horas for. Excepção feita, naturalmente, de quando estou a dormir, que tenho medo de entornar na cama, e no banho, que não gosto de café deslavado. Fora isso…
Mas, como tudo o resto na vida, tenho algumas manias no que respeita a tomar café. Uma delas começa a ser difícil de manter – mas não impossível -, é a forma como o café é apresentado neste país: embirro solenemente com o fazerem acompanhar a chávena e o pires, em loiça, com uma palheta de plástico!
Não apenas porque se perde o som do metal quando agita o líquido e bate na chicara. Não apenas pelo tacto e peso. Mas, principalmente, pelo lixo e poluição que tal provoca. O uso, por uns breves segundos, dessa palheta implica que mais um pedaço de plástico siga para os aterros sanitários. É que, e até hoje, não vi lugar algum onde as forneçam e façam a respectiva separação posterior. Segue directamente para o latão do lixo geral, aquele mesmo onde são colocados os restos dos pacotes de açúcar, as embalagens do café em grão, etc. Brincando um pouco com o assunto, daqui por 300 anos ficarão a saber que neste dia tomei um café, se fizerem uma análise ao lixo.
Para já não falar, claro, no que isso significa a montante, ou seja, a matéria-prima usada na sua fabricação, bem como a energia para tal e no papel que a embalava ao chegar às minhas mãos. Etc., etc., etc.
Assim, e como esta moda pseudo-modernista está a imperar em Portugal, transporto comigo a minha própria colher de metal. Em não tendo alternativa, peço um copo com água: lavo-a, uso-a no café, lavo-a de novo e guardo-a de novo. Palhetas de plástico para o café não, obrigado!
Mas esta moda é de um provincianismo atroz. Serve apenas para alimentar a sua produção e comercialização. Que em cruzando a fronteira tal não sucede, como será apanágio de uma sociedade que pondere a sua forma de evoluir e que não se deixa embalar por modernismos absurdos e imperativos económicos.
Dos muitos cafés que tomei em Barcelona (a um preço proibitivo, diga-se) em lugar algum tiveram o desplante de me presentear com a maldita palheta. Nem mesmo em locais de fast-food. A colher metálica lá vinha, por cima do pires e ao lado da chávena, como convém e eu gosto.
A minha própria colher, essa, passeou-se todo o tempo no saco, inútil para todo o serviço excepto aumentar-lhe o peso.
E se outros motivos de monta não existissem, esta vertente ecológica seria suficiente para alimentar este meu desejo de viver em Barcelona.
Texto e imagem: by me
Mas, como tudo o resto na vida, tenho algumas manias no que respeita a tomar café. Uma delas começa a ser difícil de manter – mas não impossível -, é a forma como o café é apresentado neste país: embirro solenemente com o fazerem acompanhar a chávena e o pires, em loiça, com uma palheta de plástico!
Não apenas porque se perde o som do metal quando agita o líquido e bate na chicara. Não apenas pelo tacto e peso. Mas, principalmente, pelo lixo e poluição que tal provoca. O uso, por uns breves segundos, dessa palheta implica que mais um pedaço de plástico siga para os aterros sanitários. É que, e até hoje, não vi lugar algum onde as forneçam e façam a respectiva separação posterior. Segue directamente para o latão do lixo geral, aquele mesmo onde são colocados os restos dos pacotes de açúcar, as embalagens do café em grão, etc. Brincando um pouco com o assunto, daqui por 300 anos ficarão a saber que neste dia tomei um café, se fizerem uma análise ao lixo.
Para já não falar, claro, no que isso significa a montante, ou seja, a matéria-prima usada na sua fabricação, bem como a energia para tal e no papel que a embalava ao chegar às minhas mãos. Etc., etc., etc.
Assim, e como esta moda pseudo-modernista está a imperar em Portugal, transporto comigo a minha própria colher de metal. Em não tendo alternativa, peço um copo com água: lavo-a, uso-a no café, lavo-a de novo e guardo-a de novo. Palhetas de plástico para o café não, obrigado!
Mas esta moda é de um provincianismo atroz. Serve apenas para alimentar a sua produção e comercialização. Que em cruzando a fronteira tal não sucede, como será apanágio de uma sociedade que pondere a sua forma de evoluir e que não se deixa embalar por modernismos absurdos e imperativos económicos.
Dos muitos cafés que tomei em Barcelona (a um preço proibitivo, diga-se) em lugar algum tiveram o desplante de me presentear com a maldita palheta. Nem mesmo em locais de fast-food. A colher metálica lá vinha, por cima do pires e ao lado da chávena, como convém e eu gosto.
A minha própria colher, essa, passeou-se todo o tempo no saco, inútil para todo o serviço excepto aumentar-lhe o peso.
E se outros motivos de monta não existissem, esta vertente ecológica seria suficiente para alimentar este meu desejo de viver em Barcelona.
Texto e imagem: by me
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