Muito se vai dizendo sobre o Homem destruir a Natureza.
O aquecimento global, a extinção de espécies, a poluição, a
desmatação…
Diz-se que vamos destruindo a Natureza.
Esquecem-se, esses que o dizem, que nós mesmos somos a
Natureza. Fazemos parte dela, integrante, enquanto espécie nativa. Em paralelo
com os elefantes, as térmitas, os coalas e os corais.
Tudo o que o Homem faz é natural, mesmo que crie e
transforme objectos ou altere a atmosfera e os solos. Até mesmo a extracção de
minério é coisa natural, porque o Homem é bicho natural.
Aquilo que realmente acontece é fazermos parte do
desequilíbrio intrínseco da natureza (do sistema solar, do universo). Que, ele
mesmo, não é nem estático nem imutável. O desaparecimento de estrelas ou mesmo
galáxias, com tudo o que isso significa, é rigorosamente o que fazemos no
planeta, apenas noutra escala.
Quando daqui por uns milhões de anos, e se o Homem ainda for
espécie viva, não faltará quem diga que o próprio arrefecimento do sol ou a sua
explosão será consequência dos nossos actos.
Aquilo que podemos dizer, e fará sentido dizermo-lo, é que
gostamos do que temos e não o queremos alterar. As paisagens, o oxigénio, o
nível do mar, a alimentação…
A menos que se diga que foi um erro dos deuses o
extinguirem-se os dinossáurios, coisa que, ao que sabemos, não foi obra do ser
humano.
Entendo o conservadorismo ecológico e as ideias que lhe
estão associadas.
Mas não nos devemos esquecer que, à escala do universo,
valemos coisa nenhuma e somos bem mais efémeros que o planeta em que existimos.
Para trás e para a frente na linha do tempo.
Devemos estar gratos a esse desequilíbrio universal pela
evolução que tivemos até aqui. E termos consciência que essa evolução nos
conduzirá, inexoravelmente, ao ponto de extinção. Enquanto indivíduos e
enquanto espécie. Mesmo enquanto pontos insignificantes naquilo que de pouco
conhecemos e que chamamos de universo.
Apesar de tudo o acima exposto de modo resumido, continuo a
gostar de salada no verão, coisa que só poderá acontecer se chover no inverno.
E a ficar preocupado com o desaparecimento das abelhas devido aos incêndios e ao
uso de químicos.
By me
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