Gosto de fazer
interpretações sobre os motivos que levam pessoas (individuais ou colectivos) a
terem esta ou aquela atitude.
Nos últimos dias
temos visto inúmeras notícias sobre os contratos de associação de alguns colégios
privados.
Sendo certo que a
cor escolhida para as camisolas dos alunos, pais e professores foi a amarela,
fui saber no “Dicionário das cores do nosso tempo”, de Michel Pastoureau, qual
o significado do amarelo.
Eis o que li:
“Eis como poderia
apresentar-se um quadro de resumo das diferentes funções e significados da cor
amarela na cultura ocidental, tal como são invocados nas entradas deste
dicionário.
1) Cor da luz e do
calor;
A mais luminosa
das cores; pinta-se de amarelo aquilo que tem que se ver bem (bola de ténis);
Nos seus desenhos,
as crianças pintam a luz sempre de amarelo (portas ou janelas iluminadas);
Cor do sol, das
férias, ligadas aos tempos livres. Contrário do cinzento, da vida quotidiana
(cf. Publicidade).
2) Cor da
prosperidade e da riqueza:
Antigamente, as
espigas de trigo, os cereais, símbolos da riqueza;
O ouro, os
tesouros, as moedas. Assimilação amarelo/ouro;
Cor dos ricos e
dos poderosos (cor do imperador na China);
Camisola amarela
no primeiro classificado na Volta à França (Na origem deste amarelo está a do
jornal L’Auto, que organiza a competição).
3) Cor da alegria,
da energia:
Gosto das crianças
pela cor amarela;
Medicamentos
tónicos, fortificantes: de cor amarela ou alaranjada.
4) Cor da doença e
da loucura:
Cor da bílis das
doenças do coração, da acidez (amarelo/esverdeado);
Cor do enxofre (má
reputação);
Cor da loucura
(associada ao verde), pelo menos a partir do séc. XIII; cor da extravagancia e
do disfarce.
5) Cor da mentira
e da traição:
Cor de Judas e da
Sinagoga (Idade Média);
Cor imposta aos
Judeus (estrela amarela), aos excluídos e aos reprovados;
Cor dos traidores,
dos cavaleiros desleais, dos falsos moedeiros (no séc. XVI as suas casas eram
pintadas de amarelo);
Cor dos
fura-greves, dos trabalhadores que atraiçoam em favor do patronato;
Cor dos maridos
enganados (já atestada no séc. XVII).
6) Cor do
declínio, da melancolia, do Outono:
Tudo o que é
“amarelecido”.”
Imagem: roubada da
versão on-line do jornal “Diário de Notícias”
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