Um dia me explicarão,
mas como se eu fosse mesmo muito burro, qual o motivo de não se ser honesto
sobre os defuntos, próximos ou longínquos.
É que, e a menos
que seja alguém que toda a sociedade condena (Hitler, Franco, Mao, Salazar…)
sobre os demais só se dizem coisas boas, bonitas, só se referem os bons
momentos, escondem-se as facetas mais feias e degradantes…
Não oiço dizer que
Fulano era um filho da mãe, demagogo, desonesto, vadio, ladrão, mau carácter…
Isto quer se trate
de alguém que tenha morrido nos últimos seis meses, nos últimos seis anos ou
nos últimos sessenta anos, é indiferente.
Suspeito que esta
atitude de não querer julgar os mortos se prende com o receio de virem a ser
julgados do mesmo modo.
E o receio de, à
entrada de uma tal de vida eterna, não haver testemunhas abonatórias se não se
o fizer em vida.
Ora batatas para a
hipocrisia!
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