Digamos que há
coisas que são irresistíveis ou inevitáveis.
Um exemplo que
todos conhecem é o de uma criança pequena e de uma pequena poça de água no seu
caminho. É quase impossível que não dê um ou mais passos nela ou, o que é mais provável,
um salto bem no meio, com a água a esparramar para os lados.
Creio que só uma
voz parental bem autoritária o impedirá.
De igual modo, é
quase impossível para uma criança, agora um pouco mais velha, estar junto a uma
escada mecânica e não tentar usá-la no sentido oposto ao seu movimento. Desde
que não haja ninguém mais velho por perto e com autoridade sobre ela, tentará
subi-la se ela descer ou vice-versa. Com um sorriso de orelha a orelha se o
conseguir.
Já para mim, ser-me-ia
impossível passar junto a uma cabine telefónica, numa estação de caminho de
ferro, ouvi-la a tocar, não estar ninguém por perto com ar de quem está à
espera de uma chamada, e não atender o raio do telefone. É uma tentação
irresistível!
Mesmo que do outro
lado perguntem “Quem fala?”, que eu responda “Eu, mas foi você que ligou” e que
desliguem na outra ponta.
Confesso que
fiquei a olhar para o diabo do auscultador a tentar perceber o que se passava.
E ainda fui verificar se não estaria mascarrado ou com graxa, partida bem
velha. Nada disso.
Suponho que do
outro lado também terá havido uma tentação irresistível: ligar para um número à-toa
e tentar saber onde vai parar.
Também o fiz, há
quarenta e tal ou cinquenta anos, numa época em que não era possível detectar o
número de origem de um telefonema.
Divertido e
irresistível!
By me
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