Este pequenino
tuck-tuck veio parar-me às mãos meio por brincadeira, meio muito a sério.
Tem na sua base
uma etiqueta muito esclarecedora: “isto é um objecto decorativo, não é um
brinquedo”.
Suponho que ela se
deve aos materiais de que é feito, ao facto de as rodas não rodarem, talvez as
tintas não sejam adequadas a mordidelas de criança…
Mas, acima de
tudo, porque os tuck-tuck em Lisboa são algo mais que brincadeira.
Quando me decidi
por ele, e para além do desafio fotográfico, o que tinha em mente era uma
imagem muito pouco convencional: o dito cujo amassado por um martelo ou, ainda
melhor, uma maceta de pedreiro, produto esse de invenção portuguesa, a contrário
destes veículos que infestam a cidade.
Tenho aguardado por
uma ocasião propícia para a fotografia até quem, um destes dias, calhou estar
de conversa com quem conduz uma destas coisas.
Conversa
interessante, com alguém que está longe de casa, com formação superior, com um
vocabulário na conversa informal muito diferente do habitual revelando os seus
hábitos de leitura, que talvez esteja por aqui porque na grande cidade é mais fácil
viver-se no anonimato a vida privada que numa pequena aldeia, e que me soube
dizer que são imensos os que procuram ganhar uns trocos, por vezes apenas 4
euros por dia, outros dez vezes isso, para subsistir.
Se vier a encontrar
outro tuck-tuck, talvez faça a tal imagem que imaginei.
Este manter-se-á
intocável!
By me
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