Foi a Nova Lisboa
que fechou, mudou de donos e reabriu. Com alterações visuais (pequenas), de empregados
(notórias) e de produtos em venda.
Foi a Suprema que
fechou e que parece ser para sempre, se considerarmos o aspecto do seu
interior.
Foi a Sul América
que fechou e que já nem este aspecto tem, visto que retiraram os dísticos luminosos
com o nome, que desde que me conheço ali estiveram. Aquela
pastelaria/restaurante que não tinha pudor (para vergonha de todos os outros
que o têm) em ter alguém com trissomia 21 a trabalhar atrás do balcão à vista
de todos. E com um sorriso de felicidade estampado no rosto.
Com as mudanças,
fechos e reaberturas do comércio tradicional vai-se alterando a face visível da
cidade.
Já nem refiro a
baixa, com as lojas que fecham para abrirem hostels que terão o mesmo tempo de
vida que a cidade enquanto destino preferencial de turistas. E que depois disso…
Já nem refiro a
opinião que os cotas como eu terão ao verem desaparecer as montras e rostos que
sempre conheceram. O passado só é melhor que o presente porque o vivemos e dele
guardamos memórias. Os jovens de hoje dirão, daqui por quarenta anos, o mesmo
que hoje nós dizemos.
Custa-me, antes
sim, o ser cada vez mais difícil o encontrar pastéis de bacalhau ou de massa
tenra, bábás ou ducheses. Já nem falo em pipis ou garibáldis.
Mas também já não
se vai aqui ou ali por um petisco ou guloseima. E os encontros, esses, fazem-se
não na mesa de um café mas na virtualidade das redes sociais, cada vez mais com
resultados práticos negativos.
Nota adicional: É
cada vez mais difícil deixar a marca da nossa passagem numa mesa de café ou
esplanada, feita com a ponta de um canivete. Aliás, é cada vez mais raro ver
alguém com um canivete.
By me
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