Sentei-me neste
banco de jardim, usufruindo da fresca sombra que proporcionava, com o firme
intuito de terminar o último capítulo e meio do livro que tenho tido entre mãos:
“A última imagem
(fotografia de uma ficção)”, de Margarida de Medeiros.
Pese embora o
assunto seja bem interessante e que nos possa conduzir para outros campos
igualmente interessantes, a prosa não é particularmente brilhante, pelo que me
fui arrastando no tempo.
Hoje decidi acabá-lo,
desse por onde desse. Que, mania minha, odeio deixar um livro em meio.
Estava quase no
fim e vi estes dois aproximarem-se. Ainda tentei entabular algum tipo de
conversa ou interacção, mas não me ligaram nenhuma e saíram-me do campo de visão.
E eu regressei à leitura.
Terminando-o, fiz
alguns apontamentos rápidos para consulta posterior e ponderei o seguinte. O
local, a frescura comparativa, a tranquilidade a isso convidavam. Entre
Descarte e Mark Twain, optei pelo segundo, uma espécie de sobremesa leve depois
de uma refeição pesada.
E dei conta do
primeiro conto, delicioso por sinal.
Achei que chegava
e que haveria de aproveitar a luz que estava bonita. Arrumei a tralha e
levantei-me. E foi aí que os vi.
Tinham estado todo
aquele tempo a meu lado, como se nada fora, quase que ao alcance da mão. Achei
piada e fiz o registo.
Levantaram-se acto
continuo e regressaram pelo mesmo caminho por onde vieram, pela mesma ordem e
com a mesma velocidade: descontracção absoluta.
Com a minha
imaginação exacerbada e bem alimentada pelo que acabara de ler, perguntei-me se
não teria sido uma versão alfacinha do episódio recente com Bernie Sanders num
comício americano.
By me
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