sexta-feira, 18 de março de 2016

Ao calhas



Por vezes faço isto: pego num livro ao calhas, quer da estante ou pilhas onde estão os lidos, quer de uma das pilhas onde estão os não lidos, e abro-o igualmente ao calhas.
A leitura do parágrafo onde os olhos caiam, completamente descontextualizada de tudo o resto, é sempre interessante. E tanto mais quanto quisermos fazer inserir o lido nas vivências recentes.
No caso, trata-se de “A civilização do espectáculo”, de Mário Vargas Llosa:

“Contrariamente ao que os livres-pensadores agnósticos e ateus dos séc. XIX e XX imaginavam, na era pós-moderna  a religião não está morta e enterrada nem passou para o sótão das coisas imprestáveis: está viva e bem viva, no centro da actualidade.
Não maneira de saber, claro, se o fervor dos crentes e praticantes das diferentes religiões que existem no mundo aumentou ou diminuiu. Mas ninguém pode negar a presença que o tema religioso ocupa na vida social, política e cultural contemporânea, provavelmente tanto ou mais que no séc. XIX, quando as lutas intelectuais e cívicas a favor ou contra o laicismo eram preocupação central em grande número de países de ambos os lados do Atlântico.”


A imagem é do meu arquivo.

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