Por vezes faço
isto: pego num livro ao calhas, quer da estante ou pilhas onde estão os lidos,
quer de uma das pilhas onde estão os não lidos, e abro-o igualmente ao calhas.
A leitura do parágrafo
onde os olhos caiam, completamente descontextualizada de tudo o resto, é sempre
interessante. E tanto mais quanto quisermos fazer inserir o lido nas vivências
recentes.
No caso, trata-se
de “A civilização do espectáculo”, de Mário Vargas Llosa:
“Contrariamente ao
que os livres-pensadores agnósticos e ateus dos séc. XIX e XX imaginavam, na
era pós-moderna a religião não está morta
e enterrada nem passou para o sótão das coisas imprestáveis: está viva e bem
viva, no centro da actualidade.
Não maneira de
saber, claro, se o fervor dos crentes e praticantes das diferentes religiões
que existem no mundo aumentou ou diminuiu. Mas ninguém pode negar a presença
que o tema religioso ocupa na vida social, política e cultural contemporânea,
provavelmente tanto ou mais que no séc. XIX, quando as lutas intelectuais e cívicas
a favor ou contra o laicismo eram preocupação central em grande número de países
de ambos os lados do Atlântico.”
A imagem é do meu
arquivo.
By me
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