quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Uma das minhas



Já nem sei bem porquê, lembrei-me há pouco de um fotógrafo que esteve na berra pelas piores razões.
Falado e comentado em fóruns e trocas de opiniões, o apodo mais simpático que lhe ouvi atribuírem foi de “O fotógrafo mais piroso de todos os tempos”. Todas as demais classificações eram daí para baixo.
Já na altura não gostei um nico do que se dizia. Que dizer mal – muito mal – é sempre fácil. Caramba! Essa é a especialidade dos portugueses.
Mas aquilo que nunca soube foi a opinião das pessoas fotografadas. Eles e elas.
E se estavam em trajes menores, em poses eventualmente sugestivas e com adereços incomuns, certo é que nenhuma dessas pessoas parecia estar ali a contragosto. E se o fotógrafo, pessoa já não jovem, as exibia, de algum modo aquelas imagens satisfaziam-no a ponto de as mostrar. Como se de um catálogo ou portfolio se tratasse.

A maledicência na net e fora dela foi de tal forma que o seu perfil numa rede social foi apagado e acaba por ser difícil de encontrar vestígios dele que não os tais comentários demasiado mordazes.
Mas se o fotógrafo estava satisfeito com o seu trabalho, se os modelos estavam satisfeitos com o trabalho efectuado… quem são todos os outros para dizer que não presta? Que será mau, piroso, o pior fotógrafo do mundo, etc., etc., etc.?

Tenho para mim que o principal objectivo da fotografia é a satisfação dos envolvidos: atrás e à frente da objectiva.
Tudo o mais não passa de opiniões de treinadores de bancada que, curiosamente, nem sequer mostram as suas próprias virtudes fotográficas.

E não! Não digo o nome da pessoa em causa nem exibo nenhuma das suas imagens. Não me sinto no direito de aviltar o nome de alguém que faz o melhor que pode ou sabe.

Prefiro, em vez disso, mostrar uma das minhas, correndo o risco de ser objecto de uma classificação equivalente.

By me 

Sem comentários: