sábado, 7 de novembro de 2015

Não sou fotógrafo



Não sou fotógrafo! Pelo menos no conceito generalizado do termo.
A fotografia, para mim, tornou-se um vício, a ponto de não me sentir bem se não fizer pelo menos uma por dia. Provavelmente não fará mal a ninguém não o fazer, excepto a mim mesmo, que não me sinto confortável em não cumprindo este ritual.
O problema põe-se naquilo que fotografo ou registo. Não tenho uma linha definida, excepto aquilo que não quero fotografar. Quanto ao resto, o que vou fazendo são retalhos, apontamentos, fragmentos com que, com os limites do enquadramento, vou desmontando o mundo do seu todo em pequeninas peças de um puzzle que nunca será montado.
E esta falta de coerência manifesta-se, por exemplo, nestas duas imagens, feitas entre o sair e o regressar a casa, numa rotina casa-trabalho. A mistura não ordenada da vida que foi e da promessa de vida que será.

E entre o que foi e o que será, fico eu e os meus “momentos decisivos”, se é que o são.

By me

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