Isto do ter que
ser politicamente correcto é levado da breca. E, num momento como este, expor o
que se pensa, deixando de parte isso mesmo, é uma dose de risco bem elevada.
Mas não consigo
deixar de pensar naquilo que ao longo de mais de vinte anos me tem levado a
dizer que, em podendo, evito o que vier de França: consumo e ideias.
Durante o último
quartel do século passado as tentativas e negociações para redução e exclusão
de armamento nuclear foram muitas e várias. O último país a assinar um tal
acordo foi a França. Dizendo que só o faria depois de testar o seu próprio
arsenal e investigações. O que fez, em atóis no Pacífico.
A comunidade
internacional, a vários níveis, protestou. Pela atitude política e pelas
consequências de tais testes, em que os vestígios e radiações ficariam “no
quintal dos outros” e não no seu próprio território.
Inconsequentes os
protestos, tanto perante o governo francês como junto da população francesa,
que apoiou solidamente a existência dos testes.
Já este século,
conseguiram que ficasse solidamente gravado na minha memória as imagens e os
relatos do que o governo central e local fez com a comunidade Roma residente
nalguns bairros de algumas cidades: expulsos sem mais e a granel. Mesmo os
integrados, com trabalho ou estudando nas escolas como qualquer um.
Temos todos uma
enorme dívida para com a França.
O mundo não seria
o que é hoje se não tivesse acontecido a revolução francesa ou a comuna de Paris.
Tal como não seria o mesmo, por exemplo, se Niépce não tivesse feito esta
primeira fotografia.
Mas os grandes
feitos não desculpam os grandes pecados.
Lamento os mortos
e feridos. Qualquer atentado terrorista é infame.
Não lamento a
França!
By me
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