Sentado na minha
mesa ou em trânsito para os afazeres diários, vou observando o que vai
acontecendo.
Através das
parangonas dos media e das entrelinhas, que muito se aprende e descobre com o
que não é dito. Mas também através das vivências diárias, no social, no
laboral, no político. Na rua, no bairro, no ofício, nos transportes…
Teria que ser eu
cego surdo e mudo para não perceber que atravessamos um momento de transição,
em que a sociedade se fraccionou em dois blocos, medindo forças e
arregimentando tropas, agora já não em fase de dissuasão mas antes sim em pré-confronto.
Social, político, laboral.
Mas algo está a
correr menos bem, neste cerrar de fileiras e contar espingardas. Que ou não há
gente que chegue ou há que mascarar posições, recorrendo a camuflagens ou mesmo
mimetismos.
No intervalo de
pouco mais de duas semanas fui por sete vezes abordado para integrar contingentes
ou organizações. Laborais, sociais, político-partidárias. Logo eu, que me
assumo como acrata convicto. Na rua, na porta de casa, via telefone, via net,
no posto de trabalho, até por interposta pessoa.
Aceito que alguns
desses não saibam ou não me reconheçam o estatuto ou posição que tenho. No fim
de contas, não ando aí na rua a alardear o que penso ou faço. E mesmo o Azinho
deixou de estar na lapela. Agora outros tinham obrigação de me conhecer e de
saber que a minha resposta seria previsível.
Nesta época de
transição, em que tantos me venham bater à porta, pergunto:
Há assim tanta
falta de gente com vontade de fazer coisas? Ou procuram gente que, dando a cara
e o corpo ao manifesto, sirvam de capa a outras actividades ou ambições?
Para os que cá
vieram fica o reforço da ideia. Para os que estão a ponderar cá vir, fica o
aviso prévio.
Mantenho-me
acrata, por teimosia ou ideal. E ser coerente não é fácil, mas é um objectivo
diário. Não alinho em fidelidades que me obriguem a renegar os meus princípios
básicos de sociedade.
Nem ponho em causa
a minha liberdade de agir e pensar!
By me
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