Foi há uns dias.
Quisesse-o ou não,
a proximidade e o volume da conversa eram tais que não pude deixar de ouvir.
Conversavam
aqueles dois, um ele e uma ela, sobre algumas séries televisivas de alguns
canais por cabo.
Não de séries de
ficção, como policiais, sitcoms ou fantástico, mas antes supostos
documentários. Sobre negócios.
No caso concreto,
sobre leilões, penhores e pesquisadores de antiguidades. De como ganham (ou
aparentam ganhar) rios de dinheiro ao comprarem pechinchas para vender caro.
O mote das séries
é o saber aproveitar as oportunidades daquilo que supostamente vale pouco
dinheiro e, de seguida, especular sobre o valor e vender bem mais valorizado.
Sem que nada tivessem feito sobre o que compraram que não fosse o comprar e
vender.
Quem sobre estas
séries falavam estavam entusiasmados, a ponto de parecerem ter inveja de não
conseguirem fazer o mesmo.
Significa isso que
as séries estão bem feitas e conseguem os objectivos não confessos para além do
entretenimento: valorizar aqueles que vivem da especulação, da agiotagem, das
dificuldades de quem vende ou penhora, para com isso ganhar dinheiro.
E o objectivo é
mesmo esse: fazer com que os desgraçados que vendem por “dá cá aquela palha”
porque em situações complicadas, se sintam quase que agradecidos por haver por
haver agiotas que vivem da desgraça alheia. Fazer com esse ávidos do lucro
fácil sejam heróis e aceites na sociedade como elementos úteis e necessários.
Nada risco nas
programações das TVs (canais abertos ou pagos). Mas tivesse eu algum poder
sobre elas…
By me
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