Queiramo-lo ou
não, acabamos por criar rotinas. Umas melhores, outras piores, diga-se em abono
da verdade.
Uma das rotinas
que criei, há muitos anos, é a identificação de livros.
Quando os compro,
insiro neles o nome, a data de compra, o preço e o local onde o comprei. É
sempre divertido, passados anos, relembrar as livrarias que frequentámos, é
sempre triste constatar as que fecharam, é sempre interessante comparar o
evoluir dos preços e, por vezes, é uma alegria encontrar em casa de um amigo um
livro esquecido.
Durante alguns
anos, esta rotina passou por usar um ex-libris. Um autocolante feito por mim,
com o meu logótipo, onde acrescentava data e preço. E insistia com os
vendedores para deixarem a etiqueta da livraria.
O tempo passou, os
autocolantes gastaram-se e nunca os renovei. Regressei, assim, ao sistema
clássico de tudo escrever à mão na primeira folha.
Hoje tropecei num
desses.
Sendo que trago
sempre um livro comigo, que caiba no saco que uso, acabei um ontem: “A quinta
dos animais”, de George Orwell.
Hoje, antes de
sair de casa, procurei outro que, estando numa das pilhas de “para ler”,
coubesse no meu saco do dia-a-dia. Calhou me sorte ser o “La imagen precária”,
uma tradução em castelhano do original em francês de Jean-Marie Schaeffer.
Interessante de
notar é que há quinze anos ainda usava os ex-libris, que há quinze anos
frequentava esta livraria, que há quinze anos este livro custava 2295 escudos (onze
euros e troca o passo) e que hoje este livro, se se vendesse em Portugal,
custaria talvez o dobro.
Tal como é
interessante constatar que este livro, sendo ao que sei uma referência na
matéria, passou tanto tempo numa pilha de “para ler”.
Tenho que passar a
rever essas pilhas com mais frequência!
Nota extra: este
pedaço do que sobra de um talão de embarque da TAP e que estava a marcar duas
páginas algures no primeiro terço do livro, diz-me ainda que foi levado como
livro de cabeceira numa ocasião em que fui em serviço à Madeira. Por um
qualquer motivo, quando regressei não lhe retomei a leitura. Não vou repetir o
erro.
By me
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