quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Todos iguais



Um destes dias estive a ver uma exposição de fotografia. Uma colectiva.
Resultava ela dos trabalhos finais de um curso de introdução à fotografia.
Não tenho grande coisa a apontar aos trabalhos ali apresentados: bem expostos, bem impressos, com as saturações de cor da moda, com o recurso ao mesmo tipo de perspectivas, ao mesmo tipo de luz, ao mesmo tipo de enquadramentos, ao mesmo tipo de jogo de profundidade de campo… Cada uma delas não estava má.
Mas o conjunto, benza-os deus… o conjunto quase que parecia ter sido feito por um só fotógrafo, de tão quase iguais que eram na formalidade e estética.
Não sei quem foi o formador ou professor. Mas uma coisa posso assegurar:
Conseguiu que um número indeterminado de pessoas, com vontade de aprender, ficasse formatada ao seu próprio gosto e abordagem. Ou, pelo menos, a uma só abordagem estética.
Não senti, naquela exposição, que os formandos tivessem sido incentivados a procurarem o seu próprio caminho, longe ou não das modas fotográficas das revistas baratinhas ou das redes sociais pseudo vocacionadas para a fotografia.

Eu sei que muita gente procura na fotografia (e noutras actividades) a inserção num mundo definido, sem querem ser diferente (ou com medo de serem diferentes) e procurando a aceitação e agrado dos seus pares.
No caso da fotografia, o melhor método para isso é fazer igual aos outros, nas formas e conteúdos, não arriscando fazer diferente para não ser criticado.
E se a prática da fotografia, como tantas outras formas de expressão, implica e necessita a satisfação do autor, se isso acontecer é bom.


Mas todos iguais, caramba! É triste!

By me

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