quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Cartas e notas



Entro numa loja para comprar uma peça incomum: um baralho de cartas de tamanho gigante.
Faz tempo, muito tempo, que tenho uma imagem em mente para com isto fazer e chegou a hora porque chegaram as cartas.
Em chegando ao balcão para pagamento, constato que não tenho trocado e entrego uma nota de 20 euros.
Pois o rapaz, do outro lado do balcão, a primeira coisa que faz depois de ter a nota na mão é verificar da sua legitimidade com uma caneta apropriada.
Passei-me!
E perguntei-lhe se estava a duvidar de mim e do que lhe entregara.
Respondeu-me, com a maior das naturalidades, que não, mas que todas as notas de valor igual ou superior a 20€ tinham que ser verificadas.
“Pouco me importa as vossas normas!” respondi-lhe. “Ao estar a verificar uma nota que lhe entrego está a presumir que lhe posso entregar uma nota falsa e está a verificar se sim se não. Está a por em causa a minha honestidade. E isso não admito! Saiba que nesta loja não volto a entrar!”
“A sério?” ainda questionou ele, de olhos bem abertos.
“Claro que sim. Passe bem!” E saí, pior que urso acordado a meio da hibernação com um ataque de bílis.

À descrição deste episódio, que aconteceu numa loja da cadeia de lojas “Tiger”, acrescento eu que já passei por isso em duas outras lojas. E não voltei a entrar nelas.
E que é também por não aceitar que suspeitem de mim sem razões sólidas para o fazerem à minha pessoa que me recuso a andar de avião, considerando todo o sistema de revistas pessoais e de bagagem a que se é sujeito.

Na minha cartilha todo o ser humano é inocente e boa pessoa até prova em contrário. Pratico-o e faço questão de assim ser tratado.
Se me insultam com suspeitas infundadas, não contam comigo. Nem para lhes dar os bons dias!


By me

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