sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Pensando



Já o tenho dito, pese embora sem grande acolhimento:
A fotografia é, entre outras coisas, um acto de cobiça!
Ou de apropriação.
Fotografamos os espaços, a luz, os sorrisos, os objectos, porque não os podemos possuir, não os podemos levar para casa. Cabem, certamente, na alma ou coração de cada um, mas não na parede ou numa gaveta.
Nós, os fotógrafos, somos uns invejosos e cobiçadores! Entre outras coisas.

E se tiverem dúvidas sobre tamanha afirmação, consultem os vossos arquivos bem como os trabalhos de fotógrafos conceituados.
Irão constatar, sem surpresas, que poucos são os que fotografam ou exibem fotografias das pessoas ou espaços que lhes são afectivamente próximos.
Não precisam!
Aquilo de que realmente gostam ou amam está ali, permanentemente, ao alcance de um olhar ou na superfície da memória.
Ou, talvez, sejam os fotógrafos uns seres muito egoístas. E queiram guardar só para si, para a sua intimidade, os tesoiros que têm. Sem artifícios ou tecnologias. Mas sem escrúpulos em exibir os tesoiros que encontram fora do recato da sua vida privada.

Grandes pensadores se debruçaram sobre o acto de fotografar e os motivos que estão por detrás disso.
Interessante mesmo é verificar que raríssimos são os que afirmam tal coisa.
Ou bem que estou completamente enganado ou então tiveram eles medo de serem apedrejados na praça pública.


By me

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