sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Nem isso



Estava sentado, com o portátil à minha frente, e iniciei um programa.
Atrás de mim passa um conhecido que comenta:
“Então? Ainda só usas essa versão?”
Não lhe respondi. Teria, talvez, que ser malcriado, o que não me apetecia. E o que lhe dissesse para além disso não creio que ele entendesse.
- Malcriado porque não gosto – mas não gosto mesmo – que espreitem por cima do ombro para o ecrã de um computador que esteja a usar. Para mais, tratando-se de um privado e não um de serviço. Tive um colega com esse péssimo hábito, de que todos se queixavam, e resolvi a questão da minha parte: uma imagem, de acesso rápido, que abria quando o sentia a cuscar o meu ecrã. Nela constava uma fotografia do clássico do Bordalo e umas palavras mais ou menos assim “Já cuscaste tudo?” Nunca mais dei com ele e espreitar por cima do meu ombro.
- Mas não entenderia este outras explicações que lhe desse. Que não é de todo importante a actualização do editor de imagem que estamos a usar. Importa, antes sim, que saibamos tirar partido do que temos nas mãos e que isso satisfaça as nossas necessidades. E que essa coisa de andar atrás das últimas novidades em termos tecnológicos nos transforma em peritos informáticos mas pode não adiantar uma virgula à criatividade ou qualidade do que fazemos. E eu conheço algumas das coisas que este tipo faz com os computadores e editores de imagem ou vídeo.  

Algumas pessoas fazem-me pena; outras metem-me raiva. Mas algumas há que vão tão longe que nem isso.

By me

Sem comentários: