domingo, 29 de junho de 2014

RFM



Continuo em peregrinação por um livro que está esgotado.
Já cá tenho um exemplar, do qual me não afastarei, mas quero um segundo para poder partilhar. Manias.
Mas sendo que está esgotado, que a editora já não possui nenhum exemplar disponível e que as bases de dados das livrarias do costume me dizem o mesmo, resta-me correr as pequenas livrarias e alfarrabistas, na secreta esperança de encontrar um exemplar “perdido”.
Um destes dias fui para a zona do Chiado e Calçada do Combro, em Lisboa. Vários locais onde poderia tropeçar no que quero, incluindo a Sá da Costa, agora reaberta temporariamente como galeria de exposições e alfarrabista.
Não tinha.
Mas não deixei de ir metendo o nariz no que existia. E de trazer alguma coisa. Não o que procurava, mas alternativas. Entre o que veio, este.
De formato de bolso e editado pela Bertrand (suponho que algures no início dos anos 60 pelas ilustrações) é um pequeno guia para fotógrafos em início de actividade.
E eu, agora em pleno séc. XXI, não perco oportunidade de ir aprender com os antigos. Que se as técnicas e as tecnologias mudaram, naturalmente, coisas há que se foram perdendo na voragem do consumismo. E que deviam estar sempre na primeira linha.
Este livro concorda comigo. E, pese embora o ter-lhe dado uma olhada hiper rápida, deixo aqui os nomes dos dois primeiros capítulos:
“O que é um aparelho fotográfico” e “Familiarizemo-nos com o nosso aparelho fotográfico”.
O capítulo seguinte intitula-se “O que é preciso saber sobre películas fotográficas”.
Entenda-se, de novo, que este livro, sendo uma tradução e adaptação de um original alemão, data dos princípios dos anos sessenta, época em que o digital era apenas a ponta do dedo e em que as câmara não vinham acompanhadas por manuais de instruções.
Este livro, como tantos outros de então e de agora, substituem-se a esses manuais, com a enorme vantagem de então de as diferenças de marca para marca e de modelo para modelo não estarem em complicados menus mas tão só na qualidade das ópticas, na fiabilidade das mecânicas e na robustez dos equipamentos.
Por muito simples que fosse (ou seja) o que temos na mão, a técnica do RFM, ou em português LPM (Read the Fucking Manual ou Leia a Porra do Manual) continua actual e vital.
Diria eu, sem exagerar, que dois terços das fotografias falhadas ou menos conseguidas advêm do desconhecimento que existe do como funciona a câmara que temos na mão. Potencialidades e limitações.

Este livro irá, para já, para uma das pilhas dos que tenho por ler aqui em casa. Depois de lido, irá para a zona dos mais antigos, com todo o respeito devido que o conhecimento dos antigos merece.

Ficando eu na dúvida se a regra que tanto defendo – RFM –é intemporal ou se sou eu que sou antigo.

By me 

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