quarta-feira, 6 de março de 2013

Mudanças impossíveis




Existe aquela questão, meio brincadeira, meio séria, que reza assim:
Se fosse possível alguém comer o próprio corpo, e começando pelos pés, quando comesse o estômago para onde ira a comida?

Isto a propósito de um artigo do jornal i, que titula da seguinte forma: “Partidos travam candidaturas independentes às eleições legislativas”.
O texto fala nas reacções partidárias a uma petição on-line que reuniu mais
de seis mil assinaturas.
Quem se pronuncia pelo CDS, pelo PSD e pelo PS aceita a ideia mas com muitas reservas. Quem se pronuncia pelo PCP recusa liminarmente a ideia. Do BE não há informação.
A proposta de alterar o artigo 151 da constituição será discutida mas, o mais certo, é ser recusada.

Isto nada tem de estranho, já que as organizações privadas que gerem o país, os partidos políticos, não são autofágicos, não cometem canibalismo sobre eles mesmos e, muito naturalmente, nunca aceitarão decidir terminar com a exclusividade que têm no acesso ao parlamento.
Imagine-se, por mero exercício de retórica, que seria eleito alguém como eu ou você, livres de compromissos privados, sem disciplina partidária, que proporia e votaria leis à revelia das opiniões dos lideres partidários e que consultaria amiúde a opinião dos seus representados, praticando uma espécie de democracia que não a representativa?
Isto seria uma coisa a que se poderia chamar de “revolução de dentro para fora”, coisa que nenhum partido político, seja qual for o seu quadrante, poderá aceitar!


By me

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