O
registo que tenho, texto e imagem, é este. E, se a memória me não falha, a
conversa terá sido quase textualmente assim, há uns quatro ou cinco anos.
- Estou sim, bom dia.
- Bom dia!
Estou a falar com o senhor Duarte?
- É o
próprio.
- O meu
nome é Maria Silva e estou a falar em nome da empresa XPTO…
- Só um
instante, que a minha memória é fraca. Deixe-me tomar nota… Disse-me que o seu
nome é Maria Silva?
-
Exactamente. E queria perguntar-lhe…
- Só mais
um bocadinho. E disse-me que fala da empresa XPTO?
- Disse
sim. E queria saber se…
- Um
momento. O meu telefone deve estar com uma avaria, já que não vejo aqui o seu
número.
- É
natural, já que estou a falar da empresa XPTO e queria…
- Espere!
Então é natural que não saiba o seu número?
- Sim,
mas…
- Bem, não
me parece cordial eu estar a falar com alguém de quem não posso confirmar a
identidade. Quer fazer-me o favor de me dizer de que número está a falar?
- Sabe:
não o posso fazer. Estou a falar de um sistema automático e as regras da
empresa…
- A sua
empresa não autoriza que se saiba o vosso número?
- Não, são
as nossas regras. Mas eu queria saber se…
- Pois
essas serão as vossas regras mas não são as minhas, p’la certa. Vamos fazer
assim: a senhora liga-me de novo, de um número identificado, e a conversa pode
prosseguir a partir deste ponto.
- Não
posso fazer, lamento. Mas o meu objectivo é…
- O seu
objectivo não sei e não creio que o venha a saber. Para que haja uma conversa é
necessário que ambos os interlocutores estejam em pé de igualdade. E não me
parece que seja o caso.
- Bem,
nesse caso terei que desligar.
- Faça o
favor, já que não fui eu que fiz a chamada. Bom dia!
By me
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