Conta um jornal que gente de todas as idades desfilou na
avenida, concentrando-se depois na Alameda, para marcar presença no Primeiro de
Maio.
Será verdade que sim.
Até eu, mesmo muito limitado e que restringi a esperar por
eles no fim do desfile, me apercebi da heterogeneidade de idades. De bebés
quase de mama até idosos bem idosos, houve de tudo este ano.
Aquilo que o jornal não conta é de que modo as diversas
idades estavam distribuídas em número.
Numa abordagem por alto, sem nenhum rigor estatístico, eu
diria três quintos dos presentes estavam acima dos 35 anos. E destes, mais de
metade tinham os cabelos bem grisalhos ou mesmo completamente brancos.
Dos dois quintos restantes, mais de metade estaria abaixo
dos doze anos, acompanhando pais e vós. Os restantes, adolescentes e jovens
adultos como hoje se diz, eram uma minoria. Demasiadamente em falta.
Numa sociedade em que se fala em precariedade, desemprego
jovem, salários no limite do legal, falta de perspectivas para o futuro,
casamentos e descendência adiadas por limitações económicas, seria de esperar
que estivem mais presentes numa jornada de luta por trabalho justo e justamente
regulado e remunerado. Faltaram em massa.
Pergunto-me quem estará em manifestações e revindicações com
estes conteúdos daqui por dez ou quinze anos.
By me
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