De
que adianta fabricar excelentes bolos de casamentos se as mesmas mãos produzem
pasteis de nata intragáveis? De que adianta um criativo arquitecto paisagístico
se a relva e as sebes não forem aparadas e cortadas? De que adianta boas vozes
em palco se a sala estiver suja?
Não
há tarefas menores nem indignas! Todas têm que ser igualmente desempenhadas,
com o mesmo brio e aplicação, sejam elas de grande visibilidade ou discretas e
escondidas nos bastidores.
Uma
ocasião, aquando de um trabalho complexo e de projecção nacional, tive que
dividir a equipa que tinha por dois grupos: um para esse projecto, outro para o
restante trabalho, rotineiro.
Escolhi
os elementos para um grupo e outro e conversei com ambos, descrevendo-lhes as
tarefas.
Ao
grupo do “trabalho menor” expliquei que os tinha escolhido para ele porque
precisava de gente de confiança para garantir que aquele trabalho decorreria tão
bem ou melhor que o de excepção e que ele não deixaria por mãos alheias a
qualidade do todo.
O
resultado foi o esperado: bem executado, sem escolhos ou problemas, com um
empenho e desempenho acima da média.
Por
vezes, a qualidade dos trabalhos, e para além das competências de cada um,
depende da forma como as motivações são descritas e satisfeitas, bastando para
tal uma pequena conversa.
Claro
que haverá sempre quem entenda que não deve fazer os “trabalhos menores”, que o
seu destino é fazer os de “pompa e circunstância” e que caberá à ralé cuidar da
relva, fazer os pasteis de nata e limpar a sala. E que fica ressabiado quando não
integra o “grupo de elite”.
Confesso
que prefiro não ter que trabalhar com este tipo de gente.
Quase
me fazem “saltar a tampa”!
By me
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