É
típico em Portugal culpar-se o sistema.
Quando
algo não funciona ou funciona mal, a primeira justificação (quantas vezes a única)
é “falha no sistema”.
Hospitais,
tribunais, farmácias, finanças, segurança social, parlamento, correios,
transportes… A falha do sistema é sempre invocada.
O
único sistema que nunca falha é a sistematização da falha do sistema. Já me
aconteceu mesmo, num balcão de atendimento hospitalar, perguntar à funcionária
se não conseguia porque o sistema estava em baixo. E o seu ânimo estava tão em
baixo quanto o sistema.
O
sistema tem costas largas. Bem mais largas que a costa portuguesa, e sabemos
que esta é grande. Tanto que a última piada que conheço no caso da tragédia dos
incêndios, macabra por sinal, é que o sistema “ardeu”.
E
sistematicamente a culpa morre solteira.
É
que, e é público e notório, o sistema não tem cara. E consequentemente não tem
vergonha na cara.
By me
Sem comentários:
Enviar um comentário