Eu
tentei. Juro que tentei. Passei horas a pensar em como o fazer.
Falo
de uma fotografia sobre o tema do dia, falado em todos os campos do país, das
televisões e jornais a redes sociais e meios artísticos.
A
questão propriamente dita é quase impossível de registar. A menos que tivesse
usado um corante ou um isqueiro, a objectiva não veria e o registo não
aconteceria.
Poderia
ter usado uma expressão facial. De quem dá ou de quem sente. Mas poderia ser
sempre confundido com outros assuntos, desde a satisfação por um petisco
acabado de comer à dor de um pontapé descalço na perna de um piano.
Uma
outra alternativa passaria por exibir o local de origem. Mas acredito que as
comissões de censura das redes sociais haveriam de bloquear a imagem.
Ainda
pensei em fotografar os vestígios que a questão pode deixar em peças de vestuário.
Um nico de repugnante, convenhamos.
Lembrei-me
então que, e se não poderia registar o momento ou a consequência, porque não
fotografar a origem, o que lhe dá força.
Fica,
assim, um pouco de feijão preto que, é sabido, provoca efeitos no organismo nem
sempre os mais desejáveis.
By me
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