quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Conversas

Foi uma das perguntas que mais fiz a aprendizes do ofício de produzir e comunicar com a imagem:
“Que história ou estória me queres contar com isto?”
Dependendo da idade, do estádio de conhecimento e do âmbito da formação, por vezes acrescentava:
“Não me respondas agora. Encosta-te sem olhar para ela e escreve a resposta. Depois volta cá com o conjunto.”

Tenho para mim que é importante, muito importante, saber o que se quer contar. Ou, pelo menos, sermos capazes de encontrar uma explicação posterior, mesmo que ao fazermos a imagem não tenhamos pensado nisso.
Uma das respostas à minha pergunta pode ser: “Não quero contar nada, fiz isso porque me apeteceu.” E é legítima a resposta. Mas há que a dar. Conscientemente.
Em seguida conversamos sobre a imagem e sobre o como os demais a podem interpretar. Que elações pode o público tirar daquela imagem, pensando na cultura ancestral, na cultura do momento, nas influências próximas, no contexto é que é acedida…

Depois disto, quero que o autor me diga, com a autoridade de quem criou algo, se quer usar aquela ou qualquer outra.

A sua reposta tem valor de lei.

By me

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