Tenho estado a visitar
a 16ª Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira.
Não vou falar na
importância do evento: é o décimo sexto e acontece de dois em dois anos, o que
lhe dá uma solidez quase a toda a prova.
Como bom tuga, fui
guardando para mais tarde tão perfeitamente que por pouco perdia as principais.
Por pouco.
Uma das que vi
hoje valeu por todas as outras. Eu diria que valeu pelas que vi nos últimos
anos, aqui ou em qualquer outro lugar.
Feitas por João
Paulo Feliciano, talvez uma trintena de fotografias espalha-se pendurada das
diversas bancas do mercado municipal. Por si só o local e a forma de exibir são
incomuns, para não ir mais longe. E os conteúdos também nos fazem sair do
habitual.
Mas o que me
encheu o olho e a alma foi ver tantas fotografias em formato quadrado. Aquele formato
que sempre rejeitei, que nunca pratiquei e cujo simples olhar sempre me fez
afastar.
Desta feita fiquei
convencido. É possível gerir um espaço simétrico, aborrecido, em nada
semelhante à forma como vemos o mundo. E de um modo harmonioso, apelativo,
bonito.
Será interessante
notar que o próprio espaço – o mercado – é quadrado e que as quatro portas, a
meio de cada lado, são encimadas por um pequeno torrão quadrado.
Foi tão
surpreendente para mim gostar de fotografias quadradas que a primeira que fiz depois
de sair foi enquadrada a pensar nesse formato.
No caso, o sr.
Paulo Pereira, talvez o excêntrico do mercado, que me abordou etilicamente em
inglês e que quis ser meu cicerone no mercado. E, no final, quis ser
fotografado com a sua bicicleta decorada com relva. Verdadeira.
Fica o seu
retrato. Quadrado.
By me
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