Esta fotografia
foi feita do quarto piso da biblioteca municipal de Vila Franca de Xira.
Ao edifício e função
foi dado o nome de “Fábrica da Palavra”, bastante adequado. Tal como, acho eu,
a sua integração no espaço circundante, entre o rio e o caminho-de-ferro.
Gostei de conhecer.
E estive lá para
ver uma exposição de fotografia, que se dividia com imagens de grande formato
do primeiro ao quarto piso. Seguindo o meu hábito, vi-as por duas vezes, uma
primeira numa “conversa intima” com elas, uma segunda já depois de ler o que
sobre elas fora escrito e a integração no local. Manias.
Assim, tive
oportunidade de assistir ao que se vê na fotografia por duas vezes, com uma boa
meia hora de intervalo.
De ambas as vezes
a acção era a mesma: o canito a tentar forçar a porta de alumínio por baixo.
Não será uma questão
de fome ou sede, já que são visíveis tachotas próprias para o efeito, à
direita. Também não será uma questão de clima: o dia estava simpático e ele
tinha como fugir do frio ou do calor, procurando o sol ou a sombra.
A questão, digo
eu, punha-se mesmo no facto de ele querer sair dali, apesar de ser um terraço
espaçoso. Ou de querer ir em busca dos humanos que habitam atrás daquelas
paredes. Em qualquer dos casos, meia hora de esforço inútil contra pedra e alumínio,
no local onde ele sabe ser a saída.
Solitário.
Fica o relato e a
ilustração para aqueles que dizem gostar de animais mas que os têm confinados
todo o dia num apartamento ou terraço.
Será que eles são
realmente felizes?
Será que vocês
gostariam de assim estar?
By me
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