Hoje
fui ver uma exposição de fotografia. E perdi uma excelente oportunidade de
fazer qualquer outra coisa. Ou talvez não.
A
exposição, num espaço publico, é o resultado final de um concurso fotográfico.
Ali podemos encontrar talvez quarenta fotografias.
Bem
expostas, com um bom trabalho de pós-produção ou edição e bem impressas.
Com
negros profundos, cores saturadas, bons contrastes… imagens “de moda” ou “da
moda”, com paisagens bonitas em momentos especiais, tirando partido do que a
natureza tem de agradável e atraente para nos mostrar.
Mas
não falaram comigo! Caramba, passei por elas por três vezes e, com duas
excepções, não me apeteceu deter-me em frente de nenhuma. Para além dessas duas
(uma premiada, a outra não) nenhuma das outras me prendeu a atenção, me fez
inveja, me contou algo, me provocou algum tipo de sensação ou sentimento.
Apenas eram fotografias razoavelmente bem feitas do ponto de vista técnico, mas
incapazes de falar comigo.
Ou
eu fui incapaz de as escutar, de sentir aquilo que, eventualmente, me quereriam
dizer.
Tenho
para mim que uma fotografia tem que falar comigo, tem que me provocar a vontade
de ficar a olhar para ela, tem que me ficar na memória, tem que me enriquecer a
alma. Não consigo chamar de “boa fotografia” àquelas que não o conseguem fazer.
Felizmente
que, uma hora depois, tropeço em algo que me fez esquecer a frustração de uma
exposição.
Um
livro de Sabine Weiss, intitulado “Des enfants”. Das que lá constam, destaco
esta, mas muitas outras poderia destacar: “Petite fille, petite arbre”, 1981.
Sem
pretensões de grandes trabalhos de edição, com uma simplicidade de conteúdo
enorme, é uma daquelas que fala comigo, que me dá emoções, que me faz sentir
algo horas depois de a ter visto.
Mas
talvez eu seja esquisito naquilo de que gosto.
By me
Imagem - by Sabine Weiss
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