De um modo ou do
outro, todos sofremos um pouco com a mudança da hora.
Para além dos
protestos habituais quanto às horas de sono, o que mais nos afecta é a relação
muito pessoal que temos entre o relógio que usamos e a posição do sol.
A diferença no comprimento
e posição das sombras, a maior ou menor claridade, quanto de uma coisa e de
outra somos confrontados no primeiro embate com o exterior, ou mesmo no decurso
do primeiro ou segunda dia, não está de acordo com a informação horária que possuímos
nos diversos sistemas de marcação de tempo feitos pelo Homem.
Este desajuste,
que aparenta ser pontual e que se desvanece ao fim de um ou dois dias, é bem
mais importante do que possa parecer.
Qualquer navegador
de alto mar deverá saber calcular a sua posição em função da diferença temporal
entre o meio-dia solar e o meio-dia de relógio. E, em regra, usa-se como referência
a hora legal de Greenwich.
A posse de um relógio
certo com essa hora e indiferente aos acertos sazonais é vital. E qualquer
navio, antes da invenção dos GPS’s e afins, tinha mais que um relógio, em
caixas protegidas, para garantir esse rigor.
Mas o desconforto
que sentimos com a mudança da hora é mais violento se formos fotógrafos.
Temos luz solar
mais cedo, de manhã. É verdade. Mas sair da cama mais cedo é quase pecado.
E mais cedo temos
falta de luz mais cedo ao final do dia. O que pode colidir (e frequentemente
colide) com outros afazeres controlados pelo relógio.
Confesso que,
apesar de a “hora de Inverno” se aproximar da hora solar, com o meio-dia legal
a estar atrasado cerca de meia hora do meio-dia solar, a hora de verão é-me
mais propícia em termos fotográficos.
Quanto ao resto, a
poesia dos fotões acontece diga o que disser o relógio.
By me
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