Uma
ocasião, há uns anos, soube da existência de um livro escrito em português
sobre o meu ofício.
Fiquei
satisfeito, já que andava farto de ler noutras línguas ou de traduções
assim-assim.
Consegui
um exemplar e dei-lhe uma olhada. Pois!
Os
erros técnicos, estéticos e éticos eram tantos, numa leitura na diagonal,
que
não consegui fazer mais que isso: ler na diagonal.
Ainda
pensei em contestar o seu conteúdo, até porque publicado por uma instituição de
ensino superior. Mas iria dar-me tanto trabalho o fundamentar a contestação com
opiniões e trabalhos de outros autores que não apenas a minha opinião, que
achei que não valia a pena. E deixei-me ficar.
Mais
tarde, uns anos mais tarde, alguém que foi aluno do autor do livro disse-me
que, de facto, ele era tecnicamente fraquinho. Mas que essa falha era
compensada pelo entusiasmo que transmitia aos seus alunos. Simpática referência,
mas insuficiente do ponto de vista técnico para que eu mudasse de opinião.
Sei-o
agora como envolvido num evento da área profissional comum. E vejo-o referido
com o seu título académico. O único que naquela lista de intervenientes assim
está identificado.
Faz
sentido e não me espanta.
Mas
lamento os que forem ao engano.
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