Foi há uns anos
valentes, mas nunca o esqueci.
A escola onde
trabalhava organizou uma visita de estudo a Santarém, no âmbito da disciplina
de Português.
Tentei “fazer
render o peixe” e combinei com a respectiva professora que, no regresso, poderíamos
parar em Vila Franca de Xira, já que por lá havia uma interessante exposição de
fotografia. E assim fizemos.
Havíamos combinado
entre nós, professores, que nesse dia eu seria o “carro vassoura”. Por outras
palavras, seria sempre eu o último a sair dos locais que visitássemos,
garantindo que nenhum aluno ficava, esquecido ou não, para trás. O mesmo
aconteceu na biblioteca de Vila Franca de Xira.
Quando eu cruzei a
porta, para nos dirigirmos para o local onde a camioneta aguardava, ouviu-se o
alarme na porta.
Recuei e ele
calou-se, avancei e ele tocou.
Caramba! Era eu!
Mas eu não tinha comigo nada surripiado, nem mesmo algo com alarme.
A funcionária da
recepção saiu de trás do balcão e pediu-me o meu saco, convidando-me a cruzar a
porta. E o alarme disparou de novo.
Entreguei-lhe o
casaco e o colete, depois de despejar neles o que tinha nos bolsos das calças e
pendurado no cinto e cruzo a porta. De novo o alarme.
Nos entretantos,
toda a rapaziada e raparigada, bem como os demais professores, assistiam ao
espectáculo da parte de fora, uns divertidos, outros espantados.
Já só faltava
mesmo eu despir-me por inteiro para provar a minha inocência quando as
gargalhadas na rua aumentaram de tom e uns dois ou três aproximaram-se e
fizeram disparar o alarme afastados da porta com um qualquer dispositivo que
tinham com eles.
Ainda hoje, quase
vinte anos passados, de cada vez que penso em “Fotografia”, “Exposição” e “Vila
Franca de Xira” me recordo do meu embaraço com o raio do alarme e as valentes
risadas que tivemos depois de explicado o mistério.
By me
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