Sejamos honestos: não há objectos bons ou maus, éticos ou
não éticos.
O que há, antes sim, são os usos que são dados aos objectos
e as classificações que lhes damos. E estas dependem do local e da respectiva
cultura vigente.
O que aqui se vê é um gadjet dos anos ’70 e ’80 que tem
inscrito o seguinte: “Panagor mirror circle anglescope”. Fabricado no Japão. Veio
parar às minhas mãos no meio do equipamento fotográfico que herdei de meu pai.
A sua função é fotografar a 90º com o seu eixo, usando um
espelho no seu interior e estando acoplado a uma objectiva. De origem tem uma
montagem serie VII para receber um anel de adaptação para usar na objectiva
Sejamos honestos de novo: o uso mais comum de tal gadjet é
fotografar para o lado parecendo que se está a fotografar em frente. Fotografias
discretas, feitas às escondidas, captando o que supostamente não se deveria
captar. Pouco ético, convenhamos.
Poderá ter um outro uso: fotografar tectos pintados ou
zimbórios sem que se tenha que inclinar a câmara 90º para cima. Ou a ponta dos
nossos sapatos sem que tenhamos que dobrar as costas até partir.
Se bem conheci meu pai, terá sido para fotografar monumentos
que o terá comprado.
Hoje já não se deve fabricar e só o encontro enquanto
velharia em sites e leilões on-line.
Um destes dias ponho-o na mochila e vou fazer uma ronda por
algumas igrejas e palácios das redondezas.
Pentax K1
mkII, Tamron SP Adaptal2 90mm 1:2,5
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