Hábito antigo: em saindo de casa, mesmo que só para ir beber
um café ou comprar cigarros, levo uma câmara comigo.
Tanto faz ser ou não digital, tanto faz ser uma câmara
reflex ou de bolso, tenho sempre (ou quase) uma câmara comigo. Neste último ano
e meio tenho alternado entre uma Pentax K1 e uma Pentax K50, variando apenas na
objectiva, que depende de como me sinto.
Morava eu, aquando deste episódio, perto de uma escola onde
a fotografia e o vídeo fazem parte do curriculo. Volta e meia lá via eles ou elas
a fazerem alguns exercícios e, nariz comprido é o meu, metia conversa para
simplificar aquilo que me parecia estarem a complicar. E referia a minha
experiência em ambos os campos para que pelo menos me ouvissem.
Um dia decidi sair com esta câmara: uma Pentax K-x. O
objectivo era habituar-me a ela, que era coisa recente no meio da minha tralha.
Pois nesse dia fui abordado por três vezes por jovens dessa
escola perguntando-me se eu seria fotógrafo. Uma vez ao balcão do café onde me
encontrava, de permeio com uma dezena bem medida deles, as outras duas na rua,
em grupos de dois ou três.
Acredito que a minha “saída do anonimato” tenha sido a côr da
câmara, pouco comum como se entende. Aliás, comprei-a exactamente por isso.
Não me questionaram sobre a qualidade dela em comparação com
outras. Apenas os olhos se prenderam por parecer um brinquedo pendurado no
ombro.
Pergunto-me qual seria a reação dos seguranças se eu
comparecesse num evento formal e oficial, com todas as credenciais devidas, e
transportando esta câmara para fazer o meu trabalho. Ou que diriam os noivos se
eu fosse contratado para fotografar o seu casamento com uma câmara branca. Ou
vermelha. Ou azul. Ou verde.
Mas ficariam satisfeitos ou mais tranquilos que eu a
guardasse no saco e de lá tirasse uma Pentax K100D, preta, uns bons anos mais
antiga, com metade da resolução e com um sensor bem mais antigo.
“Os olhos também comem” e na fotografia isso também se
aplica ao fotógrafo em todos os sentidos.
Pentax K1
mkII, Tamron SP Adaptall2 90mm 1:2,5
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