sábado, 4 de agosto de 2018

Liberdade




Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão
França, 1789
“Art. 4.º -
A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites só podem ser determinados pela lei.”

Ontem, numa avenida bem concorrida de Lisboa, um rapazola andava de bicicleta.
Teria uns 17 ou 18 anos, alto e magro, cabelo loiro e apanhado em carrapito. Movimentava-se numa BMX e, num dos passeios, um outro homem  já na casa dos quarentas, divertia-se a registar as suas evoluções com um telemovel. Nada a apontar, não fosse...
Não fosse que as suas acrobacias se faziam nas faixas de rodagem, no meio do trânsito, não apenas arriscando-se ele a ser colhido como obrigando alguns automóveis a fazer manobras e travagens de emergência.
Quando veio para o meu lado interpelei-o. Não falava português, talvez que fosse alemão ou holandês. Mas o seu inglês, bem como o meu, foi suficiente para nos fazermos entender.
E disse-lhe que não podia fazer aquilo, que estava a por em risco os demais cidadãos e que havia bons locais para praticar que não no meio do trânsito.
Respondeu-me lapidarmente: “I’m free and I can ride wherever I want.”
Respondi-lhe passados uns três ou quarto segundos: “Right! And the cops can get whoever they want!” E afastei-me, com o telemovel na mão.
O fedelho abanou um pouco, hesitou e atravessou a avenida no semáforo, logo ali ao lado, juntando-se ao compincha. Ainda me acenaram em modo de desafio, mas acabaram os dois por entrar numa pensão (ou será alojamento local?) em frente da qual estavam.

Em adição à citação acima, eu escreveria “O máximo de liberdade com o máximo de responsabilidade!”


By me

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