quarta-feira, 19 de outubro de 2016

.

Uma ocasião, há uns anos, soube da existência de um livro escrito em português sobre o meu ofício.
Fiquei satisfeito, já que andava farto de ler noutras línguas ou de traduções assim-assim.
Consegui um exemplar e dei-lhe uma olhada. Pois!
Os erros técnicos, estéticos e éticos eram tantos, numa leitura na diagonal,
que não consegui fazer mais que isso: ler na diagonal.
Ainda pensei em contestar o seu conteúdo, até porque publicado por uma instituição de ensino superior. Mas iria dar-me tanto trabalho o fundamentar a contestação com opiniões e trabalhos de outros autores que não apenas a minha opinião, que achei que não valia a pena. E deixei-me ficar.
Mais tarde, uns anos mais tarde, alguém que foi aluno do autor do livro disse-me que, de facto, ele era tecnicamente fraquinho. Mas que essa falha era compensada pelo entusiasmo que transmitia aos seus alunos. Simpática referência, mas insuficiente do ponto de vista técnico para que eu mudasse de opinião.
Sei-o agora como envolvido num evento da área profissional comum. E vejo-o referido com o seu título académico. O único que naquela lista de intervenientes assim está identificado.
Faz sentido e não me espanta.
Mas lamento os que forem ao engano.

 .

Sem comentários: