domingo, 30 de outubro de 2016

A mudança



De um modo ou do outro, todos sofremos um pouco com a mudança da hora.
Para além dos protestos habituais quanto às horas de sono, o que mais nos afecta é a relação muito pessoal que temos entre o relógio que usamos e a posição do sol.
A diferença no comprimento e posição das sombras, a maior ou menor claridade, quanto de uma coisa e de outra somos confrontados no primeiro embate com o exterior, ou mesmo no decurso do primeiro ou segunda dia, não está de acordo com a informação horária que possuímos nos diversos sistemas de marcação de tempo feitos pelo Homem.
Este desajuste, que aparenta ser pontual e que se desvanece ao fim de um ou dois dias, é bem mais importante do que possa parecer.
Qualquer navegador de alto mar deverá saber calcular a sua posição em função da diferença temporal entre o meio-dia solar e o meio-dia de relógio. E, em regra, usa-se como referência a hora legal de Greenwich.
A posse de um relógio certo com essa hora e indiferente aos acertos sazonais é vital. E qualquer navio, antes da invenção dos GPS’s e afins, tinha mais que um relógio, em caixas protegidas, para garantir esse rigor.
Mas o desconforto que sentimos com a mudança da hora é mais violento se formos fotógrafos.
Temos luz solar mais cedo, de manhã. É verdade. Mas sair da cama mais cedo é quase pecado.
E mais cedo temos falta de luz mais cedo ao final do dia. O que pode colidir (e frequentemente colide) com outros afazeres controlados pelo relógio.
Confesso que, apesar de a “hora de Inverno” se aproximar da hora solar, com o meio-dia legal a estar atrasado cerca de meia hora do meio-dia solar, a hora de verão é-me mais propícia em termos fotográficos.

Quanto ao resto, a poesia dos fotões acontece diga o que disser o relógio.

By me

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