sexta-feira, 27 de março de 2015

Três em um



Há pessoas cuja actividade profissional nos dá prazer ver.
Pessoas ligadas ao mundo do espectáculo – representação ou musical – são alguns exemplos. Aliás, a própria actividade nos dá prazer.
Mas há outras cuja actividade não nos dá prazer mas cujo desempenho merece ser visto. E dá prazer apreciar.
Refiro-me a gentes que nos quer convencer a fazer aquilo, em condições normais, não faríamos: vendedores de porta-a-porta e a nova actividade “pedintes para causas humanitária”.
Neste último caso, é um prazer ver a aparente boa disposição, a variedade de argumentos – estudados – joviais e alegres, a capacidade de adaptar o discurso ao interlocutor…
Juro que dá gozo vê-los a trabalhar, em regra junto a zonas de muito movimento.
Infelizmente o meu aspecto pouco convencional ou discreto tornou-me em figura conhecida, pelo que já não abordam: sabem da inconsequência.
Mas em aparecendo um grupo novo algum ou alguns acabam por ter o “azar” de vir ter comigo. E se eu estiver de maré… é divertidíssimo argumentar com eles, mesmo que daqui nada levem. Em regra aviso que não tenciono comprar ou contribuir, mas que não me furto à conversa. E ficam, para prazer meu.

Os últimos não tinham nada para venda, para além da conversa. E como ele, porque era um rapaz, não quis ser fotografado, acabei por ir a uma loja de inutilidades em busca de algo que servisse “para o boneco”.
Fica o registo do que encontrei, quase ao preço da chuva, tendo por fundo o local do “crime”.
Confesso: foi tão divertido esgrimir argumentos com ele (coitado) como o procurar o ícone respectivo.

Mas o cúmulo da diversão foi o ver os olhares dos passantes em vendo-me a fazer a fotografia.

By me

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