terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Na linha do anterior


Está aqui há umas semanas, poucas.
Numa rua próxima da minha, no trajecto que uso para o trabalho, abriu um local de culto.
Modesto, ocupando o espaço de uma loja (já por ali estiveram diversos comércios, mas não vingaram) não me aquenta nem me areefenta. Não sendo eu crente, não tenciono frequenta-lo, ficando-me apenas o desejo de que todos os que o façam se sintam bem ali.
Aquilo que já não me agrada, já que se dirige a todos os cidadãos transeuntes, é o que tem afixado na porta: Dos cinco papeis que tem colados no vidro, um é uma identificação (do destino do local), outro uma informação (horário), outro um convite (para entrar) e dois de proibição (de estacionar).
Ainda mal assentaram arraiais, terão, provavelmente, uma frequência diminuta, farão, pela certa, campanhas de angariação de fieis… mas das primeiras coisas que fazem é delimitar território e exibir proibições e condicionantes de comportamento.
Como disse, não sou crente, tal como não sou condutor. Pelo que o que ali está afixado não se me dirige.
Mas é bem indicador que 40% do que está na porta de um templo seja negativo, impeditivo, impositivo.
E que os deuses lhes dêem o dobro do que eles nos desejam!


Texto e imagem: by me

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