Foi a última lua cheia deste verão. Por coincidência,
aconteceu na última noite deste verão.
Claro que já ninguém dá importância às fases da lua nem às
mudanças de estação. Tanto uma coisa quanto a outra acontecem desde que
nascemos. Desde muito antes de nascermos. Em boa verdade, acontecem desde muito
antes de o ser humano o ser. E, acreditemos ou não, acontecerão até muito
depois de o ser humano deixar de o ser.
Convenhamos que, e mesmo que isto possa ferir a importância que
nos atribuímos, se o universo não é infinito nem eterno, o Homem é-o muito
menos. E muito menos importante do que supomos ser.
Os antigos, os muito antigos, consideravam estas coisas
relevantes: as fases da lua, a duração dos dias e das noites, o posicionamento do
sol… Importantes o suficiente para que, sem matemáticas ou maquinarias, se
juntassem para erguer monumentos que assinalassem esses momentos. Para que
honrassem o universo no seu todo e o simples facto de existirmos.
Hoje entendemos isto como inconsequente nas nossas vidas!
Com a urgência dos consumos desenfreados de inutilidades que
nos pesam no quotidiano, menosprezamos aquilo que nos demonstra que somos
efémeros, quase que insignificantes no universo e que, por muito que façamos,
em quase nada nele influímos.
Sugiro que usem meio minuto que seja para pensarem nisto.
E desejo-vos que tenham um bom equinócio, com todo o amor
que sejam capazes de dar e receber.
By me
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