quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Meio minuto




Foi a última lua cheia deste verão. Por coincidência, aconteceu na última noite deste verão.

Claro que já ninguém dá importância às fases da lua nem às mudanças de estação. Tanto uma coisa quanto a outra acontecem desde que nascemos. Desde muito antes de nascermos. Em boa verdade, acontecem desde muito antes de o ser humano o ser. E, acreditemos ou não, acontecerão até muito depois de o ser humano deixar de o ser.

Convenhamos que, e mesmo que isto possa ferir a importância que nos atribuímos, se o universo não é infinito nem eterno, o Homem é-o muito menos. E muito menos importante do que supomos ser.

Os antigos, os muito antigos, consideravam estas coisas relevantes: as fases da lua, a duração dos dias e das noites, o posicionamento do sol… Importantes o suficiente para que, sem matemáticas ou maquinarias, se juntassem para erguer monumentos que assinalassem esses momentos. Para que honrassem o universo no seu todo e o simples facto de existirmos.

Hoje entendemos isto como inconsequente nas nossas vidas!

Com a urgência dos consumos desenfreados de inutilidades que nos pesam no quotidiano, menosprezamos aquilo que nos demonstra que somos efémeros, quase que insignificantes no universo e que, por muito que façamos, em quase nada nele influímos.

Sugiro que usem meio minuto que seja para pensarem nisto.

E desejo-vos que tenham um bom equinócio, com todo o amor que sejam capazes de dar e receber.


By me

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