As guerras dos números nunca terminarão.
Entre organizadores, detractores e entidades oficiais, os
métodos de contagem, cabeças ou metro quadrado, com arredondamentos por cima ou
por baixo, o querer esconder ou exaltar, nunca se saberá com rigor quantas pessoas
estiveram na rua neste dia. Falou-se em mais de um milhão, em Lisboa e em todo
o país.
Independentemente de ficar para a história (ou não) que um
punhado de gente, formando o grupo informal QSLT e usando as redes sociais de
modo inédito, tivesse conseguido mobilizar uns bons 10% dos portugueses para um
protesto contra as políticas governamentais e o endividamento do país no seu todo
e de cada cidadão em particular, uma coisa não será esquecida:
A memória de todos os que se manifestaram em 15 de Setembro
de 2012, fez ontem nove anos.
Por mim, e para além de tudo o que foi contado e reportado,
o que me espantou realmente foi a velocidade com que se marchou por Lisboa. Como
se aquelas centenas de milhares de pessoas tivessem pressa de chegar a algum
lado e que algo acontecesse. Em todas as manifestações em que estive desde ’74,
e foram muitas, nunca vi nada de semelhante.
Não creio e não espero voltar a viver algo de semelhante. Porque
desejo que aquelas condições do país que levaram à criação do grupo não se
repitam. E porque dificilmente se voltará a conseguir mobilizar tantos cidadãos
e de tantos e diversos quadrantes políticos.
QSLT – Que Se Lixe a Troika, queremos as nossas vidas
By me
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