quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Fica para história (ou não)




As guerras dos números nunca terminarão.

Entre organizadores, detractores e entidades oficiais, os métodos de contagem, cabeças ou metro quadrado, com arredondamentos por cima ou por baixo, o querer esconder ou exaltar, nunca se saberá com rigor quantas pessoas estiveram na rua neste dia. Falou-se em mais de um milhão, em Lisboa e em todo o país.

Independentemente de ficar para a história (ou não) que um punhado de gente, formando o grupo informal QSLT e usando as redes sociais de modo inédito, tivesse conseguido mobilizar uns bons 10% dos portugueses para um protesto contra as políticas governamentais e o endividamento do país no seu todo e de cada cidadão em particular, uma coisa não será esquecida:

A memória de todos os que se manifestaram em 15 de Setembro de 2012, fez ontem nove anos.

Por mim, e para além de tudo o que foi contado e reportado, o que me espantou realmente foi a velocidade com que se marchou por Lisboa. Como se aquelas centenas de milhares de pessoas tivessem pressa de chegar a algum lado e que algo acontecesse. Em todas as manifestações em que estive desde ’74, e foram muitas, nunca vi nada de semelhante.

Não creio e não espero voltar a viver algo de semelhante. Porque desejo que aquelas condições do país que levaram à criação do grupo não se repitam. E porque dificilmente se voltará a conseguir mobilizar tantos cidadãos e de tantos e diversos quadrantes políticos.

 

QSLT – Que Se Lixe a Troika, queremos as nossas vidas


By me

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