Ele
há coisas tão certas como o natal ser em Dezembro e a Páscoa calhar a um
domingo:
É
todos os anos haver milhares de pessoas que são ou querem ser professores e que
não são colocadas no sistema público de ensino.
Sendo
que este é muito maior e com muitos mais funcionários que o privado, o certo é
que estas pessoas ou ficam sem trabalhar ou vão exercer qualquer outra
actividade, a título provisório ou definitivamente.
Além
do incómodo que me provoca saber do desespero destes milhares de concidadãos,
há uma coisa que me provoca raiva:
Quem
não os contrata é o estado, gerido pelo governo. Este tem por função organizar
a coisa pública em função da eficácia, dos custos e da vontade do povo.
A
maioria destes candidatos a um cargo de professor é formada nas escolas
públicas, pertença do estado e geridas pelo governo.
Também
é o estado que detém o instituto nacional de estatística, que todos os anos nos
informa da explosão demográfica negativa, ou seja, da diminuição do número de
crianças nascidas. Estes nascimentos acontecem uns cinco ou seis anos antes dos
seus ingressos nas escolas.
Então,
sabendo-se sem grande dificuldade que a necessidade de professores está a
diminuir, porque motivo todos os anos o ensino superior coloca no mercado de
trabalho mais e mais jovens formados para essa actividade? Em maior número do
que as necessidades resultantes do número de crianças nascidas e dos que se
reformam?
Ou
seja, porque motivo o estado, pela mão do governo, mantém nesta actividade
lectiva uma oferta de mão-de-obra substancialmente superior à da procura?
Está-me
a parecer que o governo, que são pessoas contratadas pelo estado para o gerir,
está a fazer mal o seu trabalho. Não o tem feito ou desempenhado correctamente ao
longo dos últimos talvez trinta anos as tarefas para as quais tem sido
contratado, resultando daí o sofrimento e a frustração de milhares de cidadãos.
O
que é grave nesta gestão danosa, é que os danos não são apenas materiais mas, e
principalmente, de ordem humana. Afectando com isso, e com carácter regular,
muitos milhares de pessoas todos os anos e de uma forma regular. Na sua vida
actual e futura.
Se
os feriados podem ser criados ou eliminados, de acordo com os interesses
políticos e as tradições populares, também esta rotina anual de incerteza e
desespero de umas dezenas de milhar de pessoas, jovens ou não tanto, pode ser
anulada ou substancialmente minimizada.
Basta
para isso saber gerir e prever cientificamente o futuro. O que, na prática, é o
que se pede a um governo. Qualquer que seja a sua cor partidária!
By me
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