quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Aqui ao lado



Aqui ao lado preparam-se para o pior.
O governo de Madrid fretou três navios, entre paquetes e ferrys, com uma capacidade total de 6000 pessoas, para atracarem em portos da Catalunha. Dois em Barcelona, um em Tarragona.
O objectivo é poder alojar os reforços policiais da Guardia Civil e Polícia Nacional, enviados de todo o país, para abafar e neutralizar o referendo que os Catalães querem fazer no próximo dia um de Outubro sobre uma eventual independência de Espanha. Por aquilo que é possível saber pelos jornais do país vizinho, a maioria deste reforço policial é composto por polícia anti-distúrbios, aquilo que por cá chamamos de “polícia de choque” ou “corpo de intervenção”.
Será interessante recordar que a lei espanhola impede o uso de paquetes ou ferrys como hotéis ou alojamento temporário. O que nos pode levar a concluir que a lei que vigora aqui ao lado é a do funil: só funciona para um lado, o que convier aos governantes centrais.
No mesmo dia em que por cá poderemos exercer a democracia, com eleições autárquicas, em Espanha a democracia e a liberdade de expressão ficarão na gaveta, impedindo que um povo possa exprimir o que quer para o seu próprio destino.


Na imagem, um dos navios fretados

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