Agora começa bem
mais cedo, a época das castanhas.
Recordo que
surgiam os vendedores ambulantes com os primeiros frescos ou as primeiras
chuvas, mais aguaceiros que outra coisa.
Agora aparecem
quando os gelados deixam de ter saída, mesmo antes da formalidade do início do Outono.
E não apetecem.
Para mim,
castanhas assadas só com frio, nevoeiro mesmo, de modo a que o seu quente de “quentes
e boas” nos confortem das agressões outonais.
Deixaram eles de
as vender em cartuchos feitos com jornal. Ou listas telefónicas.
Dizem os entendidos
que a tinta impressa é prejudicial à saúde. E obrigam usar papel branco ou
cartuchos pré feitos com publicidade no seu exterior. Vai perdendo a graça.
Mas aquilo que as
castanhas assadas mantêm da tradição é que se vendem às dúzias (ou meias) tal e
qual os ovos. Não sei de mais nada que ainda use esta unidade no negócio.
E aquilo que não
se mantém é a uniformidade de preços.
Hoje vi-as à venda
aqui, mesmo em frente a um centro comercial cosmopolita de Lisboa. O preço
afixado era de 2,50€ a dúzia. O ano passado a mesma quantidade era de 2,00€.
25% de aumento é obra, convenhamos.
Mas o que nos
estranha é que na semana passada as vi à venda na Rua Augusta, bem no meio dos
turistas, pela módica quantia de 3,00€ a dúzia.
Nada como
aproveitar a curiosidade ingénua dos forasteiros para lhes extorquir uns
trocos, mesmo que a destempo e com um sol radioso e quente.
Por mim, vou
esperar pelo São Martinho e a água pé.
By me
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