terça-feira, 26 de setembro de 2017

Castanhas



Agora começa bem mais cedo, a época das castanhas.
Recordo que surgiam os vendedores ambulantes com os primeiros frescos ou as primeiras chuvas, mais aguaceiros que outra coisa.
Agora aparecem quando os gelados deixam de ter saída, mesmo antes da formalidade do início do Outono. E não apetecem.
Para mim, castanhas assadas só com frio, nevoeiro mesmo, de modo a que o seu quente de “quentes e boas” nos confortem das agressões outonais.
Deixaram eles de as vender em cartuchos feitos com jornal. Ou listas telefónicas.
Dizem os entendidos que a tinta impressa é prejudicial à saúde. E obrigam usar papel branco ou cartuchos pré feitos com publicidade no seu exterior. Vai perdendo a graça.
Mas aquilo que as castanhas assadas mantêm da tradição é que se vendem às dúzias (ou meias) tal e qual os ovos. Não sei de mais nada que ainda use esta unidade no negócio.
E aquilo que não se mantém é a uniformidade de preços.
Hoje vi-as à venda aqui, mesmo em frente a um centro comercial cosmopolita de Lisboa. O preço afixado era de 2,50€ a dúzia. O ano passado a mesma quantidade era de 2,00€. 25% de aumento é obra, convenhamos.
Mas o que nos estranha é que na semana passada as vi à venda na Rua Augusta, bem no meio dos turistas, pela módica quantia de 3,00€ a dúzia.
Nada como aproveitar a curiosidade ingénua dos forasteiros para lhes extorquir uns trocos, mesmo que a destempo e com um sol radioso e quente.

Por mim, vou esperar pelo São Martinho e a água pé.

By me 

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