Uma ocasião, faz
tempo já, vieram ter comigo lá no meu trabalho.
Um colega queria
saber se eu aceitaria o convite para integrar as listas do seu partido nas autárquicas
que se aproximavam.
Por um lado fiquei
espantado. Pensava que me conheciam melhor.
Por outro fiquei
sensibilizado pela confiança, mesmo quando ele me disse que não me preocupasse,
que era só para fazer número e que eu não ficaria em lugar elegível.
Claro que recusei
o convite, com a afabilidade mas firmeza que a questão impunha.
Mesmo que os
conceitos gerais dessa formação partidária pudessem estar perto dos meus, não
gosto eu de estar preso por questões éticas, sentindo-me impossibilitado de
contestar as decisões dessa formação, pelo menos enquanto durasse o mandato.
Mesmo que eu não fosse eleito. Seria uma questão de lealdade para com quem me
havia convidado.
Custa-me ver gente
que tenho por inteligente a apoiar medidas ou conceitos com os quais eu sei que
discordam, apenas porque o partido com que se identificam (ou pertencem) assim
o diz ou concebe.
A lealdade partidária
ou grupal é bonita e recomenda-se. Mas não para além daquilo que a nossa consciência
e intelecto nos diz. Ou corremos o risco de nos trairmos nos nossos próprios
princípios.
E sim: isto
aplica-se no geral e num caso muito particular politico-partidário agora na
ordem do dia.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário