quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Automatismos? Não, obrigado!



Tive um Tio.
Era eu pequenote quando morreu.
Mas recordo de ele possuir uma agenda de secretária, grande, muito grande para os meus olhos de então, onde ele tinha anotado tudo quanto considerava de importante. E todos os anos lá copiava ele da velha para a nova.
Pois todos os dias, antes de sair de casa pela manhã, consultava ele a sua agenda e dirigia-se à estação de correios ao fundo da rua. Daí, enviava um telegrama de parabéns a quem quer que nesse dia fizesse anos. Mesmo que o ou a não visse há muito.
Um acto deliberado, consciente, trabalhoso e oneroso.
Hoje temos os “Outlooks”, os “E-Mails”, os “FaceBooks” que nos recordam, queiramos ou não, dos aniversários de quem lá conste. E usando da mesma tecnologia de informação e a custo zero, lá gastamos uns 10 a 15 segundos a mandar os tais “parabéns” descaracterizados, frios, impessoais, electrónicos.
Sendo que acho que não deverá ser uma máquina ou um calendário que deva dizer quando me devo divertir ou cumprimentar quem quer que seja, ignoro esses avisos automáticos.
Quanto ao resto, nada melhor que uma festa de desaniversário, para citar Lewis Caroll. Que, por sinal, até foi também um dos grandes fotógrafos do seu tempo.

By me


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